Cordeluna, da autora Élia Barceló
Editora: Editora Biruta
ISBN: 9788578480813
Ano: 2011
Páginas: 310
ISBN: 9788578480813
Ano: 2011
Páginas: 310
Mil anos atrás, uma história de amor foi interrompida pela desgraça e uma maldição. Um poder tão maligno que tinha conseguido dominar seus espíritos geração após geração. E enquanto isso, os apaixonados esperam... condenados a se reencontrar e voltar a se perder por culpa do ciúme e do ódio. O cavaleiro e a dama. O guerreiro e a donzela. Até que talvez um dia, talvez em nossa época, séculos depois, um poder superior e benigno consiga pôr um fim ao malefício. Apaixonante novela que combina história e fantasia, amor e maldade, bruxaria e religião, criada pela escritora Élia Barceló, conhecida como a “Dama Negra” da literatura espanhola, ganhadora em duas oportunidades do Prêmio Edebé de Romance Juvenil. A história se passa na Idade Média e é muito bem retratada no livro, que destaca costumes e valores da época. As sangrentas guerras entre muçulmanos e cristãos pela expansão e posse de seus domínios. No posfácio, a editora explica os diferentes períodos da História e descreve a fascinante personalidade de El Cid.Pra quem não tinha visto, participei de um book tour realizado pela Gabi Orlandin, do blog fluffy.com.br em parceria com a Editora Biruta, fui o primeiro do 2º grupo a receber o livro, e, depois de lê-lo, digo para vocês, foi uma surpresa.
Cordeluna é um romance que se passa na Espanha,
começando no século XI, onde os monarcas reinavam absolutos com seus vassalos,
até que o rei Afonso condena dom Rodrigo (El Cid) ao desterro. Sancho, personagem
principal da primeira trama, acompanha dom Rodrigo na luta contra muçulmanos e
mouros. Em uma visita a Castela, Sancho encontra Guiomar, e é o amor
deles (e consequentemente, a maldição) que é revivido, mil anos depois, por um
casal de atores. E essa parte da história é contada na segunda trama do livro (ele
narra duas simultaneamente), onde Glória
é uma atriz que está ensaiando para uma peça sobre a época de El Cid e conhece Sérgio entre os
atores envolvidos,
e então, as histórias começam a se interligar.
Toda a trama do livro é muito curiosa, pórem, a que
se passa no século XI me chamou muito mais a atenção, ela te faz buscar mais
informações sobre tudo o que aconteceu na época, e todos os valores que ela
transmitia. É possível observar nitidamente a grande diferença que existia, e
de certa forma ainda existe, entre os sexos. No livro, esse fator é apresentado
através das preocupações de uma condessa viúva chamada Brianda.
A autora mescla o presente e o passado com muita
sutileza. As histórias se interceptam não deixando que a leitura fique
cansativa. O livro perde um pouco de ritmo quando ocorre a transição de uma trama
para a outra, mas é raro quando acontece, pois ele desperta a curiosidade
sobre o que virá a acontecer em ambas. Mesmo que as histórias tenham ocorrido em épocas diferentes, elas dependem uma da outra. É surpreendente
como a autora consegue sincronizar as duas histórias, que ocorrem em períodos
de tempo diferentes, e fundi-las.
A narrativa da autora se adequa de acordo com o
período em que a historia se passa. Quando estamos no século XI, a narrativa é
mais rebuscada, e o livro ganha um grande ponto positivo por conter várias
notas de rodapé, explicando termos e hábitos da época, que são descritos no
livro de forma clara e crua, nada de muitos floreios. Essa característica é
essencial para o período mais atual do livro, que se passa no século XXI, onde
os atores devem trazer essa realidade antiquada para si, e vivê-la. E quando
estamos nesse período da história, a leitura flui com maior rapidez.
Quanto à edição, os erros quase inexistem. A arte
do livro é muito bem trabalhada, algumas xilogravuras espalhadas ilustraram
alguns momentos e personagens da história.
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