16 de julho de 2012

Cordeluna, por Élia Barceló


Cordeluna, da autora Élia Barceló
Editora: Editora Biruta
ISBN: 9788578480813
Ano: 2011
Páginas: 310

Mil anos atrás, uma história de amor foi interrompida pela desgraça e uma maldição. Um poder tão maligno que tinha conseguido dominar seus espíritos geração após geração. E enquanto isso, os apaixonados esperam... condenados a se reencontrar e voltar a se perder por culpa do ciúme e do ódio. O cavaleiro e a dama. O guerreiro e a donzela. Até que talvez um dia, talvez em nossa época, séculos depois, um poder superior e benigno consiga pôr um fim ao malefício. Apaixonante novela que combina história e fantasia, amor e maldade, bruxaria e religião, criada pela escritora Élia Barceló, conhecida como a “Dama Negra” da literatura espanhola, ganhadora em duas oportunidades do Prêmio Edebé de Romance Juvenil. A história se passa na Idade Média e é muito bem retratada no livro, que destaca costumes e valores da época. As sangrentas guerras entre muçulmanos e cristãos pela expansão e posse de seus domínios. No posfácio, a editora explica os diferentes períodos da História e descreve a fascinante personalidade de El Cid.
Pra quem não tinha visto, participei de um book tour realizado pela Gabi Orlandin, do blog fluffy.com.br em parceria com a Editora Biruta, fui o primeiro do 2º grupo a receber o livro, e, depois de lê-lo, digo para vocês, foi uma surpresa.

Cordeluna é um romance que se passa na Espanha, começando no século XI, onde os monarcas reinavam absolutos com seus vassalos, até que o rei Afonso condena dom Rodrigo (El Cid) ao desterro. Sancho, personagem principal da primeira trama, acompanha dom Rodrigo na luta contra muçulmanos e mouros. Em uma visita a Castela, Sancho encontra Guiomar, e é o amor deles (e consequentemente, a maldição) que é revivido, mil anos depois, por um casal de atores. E essa parte da história é contada na segunda trama do livro (ele narra duas simultaneamente), onde Glória é uma atriz que está ensaiando para uma peça sobre a época de El Cid e conhece Sérgio entre os atores envolvidos, e então, as histórias começam a se interligar.

Toda a trama do livro é muito curiosa, pórem, a que se passa no século XI me chamou muito mais a atenção, ela te faz buscar mais informações sobre tudo o que aconteceu na época, e todos os valores que ela transmitia. É possível observar nitidamente a grande diferença que existia, e de certa forma ainda existe, entre os sexos. No livro, esse fator é apresentado através das preocupações de uma condessa viúva chamada Brianda.

A autora mescla o presente e o passado com muita sutileza. As histórias se interceptam não deixando que a leitura fique cansativa. O livro perde um pouco de ritmo quando ocorre a transição de uma trama para a outra, mas é raro quando acontece, pois ele desperta a curiosidade sobre o que virá a acontecer em ambas. Mesmo que as histórias tenham ocorrido em épocas diferentes, elas dependem uma da outra. É surpreendente como a autora consegue sincronizar as duas histórias, que ocorrem em períodos de tempo diferentes, e fundi-las.

A narrativa da autora se adequa de acordo com o período em que a historia se passa. Quando estamos no século XI, a narrativa é mais rebuscada, e o livro ganha um grande ponto positivo por conter várias notas de rodapé, explicando termos e hábitos da época, que são descritos no livro de forma clara e crua, nada de muitos floreios. Essa característica é essencial para o período mais atual do livro, que se passa no século XXI, onde os atores devem trazer essa realidade antiquada para si, e vivê-la. E quando estamos nesse período da história, a leitura flui com maior rapidez.

Quanto à edição, os erros quase inexistem. A arte do livro é muito bem trabalhada, algumas xilogravuras espalhadas ilustraram alguns momentos e personagens da história.


E então, o que achou do livro? Ficou curioso? Comente!

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